Estado de SP completa 100 dias de quarentena nesta quarta.

O estado de São Paulo completa 100 dias de quarentena nesta quarta-feira (1º) com obrigatoriedade do uso de máscaras nas ruas de todo o estado sob pena de multa. Determinada pelo governador João Doria (PSDB), a medida de isolamento social para conter a disseminação do coronavírus começou no dia 24 de março em todas os 645 municípios e foi sendo prorrogada. O último prolongamento aconteceu na sexta-feira (26), quando Doria anunciou que a quarentena segue até 14 de julho.

Em sua primeira fase, a quarentena determinou o fechamento do comércio e manteve apenas os serviços essenciais abertos, como as áreas de saúde, alimentação, segurança, transporte público, transportadoras e armazéns, empresas de telemarketing, petshops, deliverys, limpeza pública e postos de combustível. Nessa época, o estado tinha 745 casos e 30 mortes.

Dias depois, a Prefeitura publicou um decreto aumentando a lista de serviços essenciais autorizados a funcionar. As atividades religiosas foram incluídas na lista devido a um decreto editado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), também foi acrescentada a comercialização de embalagens e materiais de construção, por exemplo.

Nessa época, os índices de isolamento social eram o principal parâmetro das decisões da Secretaria Estadual de Saúde enquanto o governo estadual investiu no aumento do número de leitos das Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) dos hospitais e a capacidade de processamento de testes dos laboratórios.

O Instituto Adolfo Lutz chegou a ter 17 mil testes represados na fila apesar da sua capacidade de processamento ter aumentado para 2 mil testes diários e de ter credenciado laboratórios em todo o estado para dar conta da demanda.

Nessa época, o número de casos confirmados era de 800.216 e o estado tinha a metade das 1.057 mortes pela doença no país. A fila de testes só foi zerada no final de abril.

Por meio de parcerias com a iniciativa privada e inauguração dos hospitais de campanha do Pacaembu, do Anhembi, do Ibirapuera e de Heliópolis, o governo conseguiu aumentar a capacidade de leitos .

Abril

Apesar de todas as medidas, no mês de abril, o número de casos registrados da doença cresceu 770% na região metropolitana da capital, passando de 2.793 para 24.309 casos. Já no interior e no litoral, no mesmo período, a quantidade de casos confirmados cresceu quatro vezes mais e disparou 3.302%, um salto de 129 para 4.389 casos.

Maio

O aumento de casos foi uma das justificativa do governo estadual para adotar o uso obrigatório de máscaras nas ruas de todo o estado a partir de maio. Um mês depois, a partir desta quinta-feira (2), a Vigilância Sanitária vai passar a aplicar multa de R$ 500 em cidadãos que estiverem sem máscara nas ruas e de R$ 5 mil, por cliente, para estabelecimentos comerciais que permitirem entrada sem máscara.

Também em maio, para tentar aumentar o isolamento social, a cidade de São Paulo adiantou os feriados municipais de Corpus Christi (11 de junho) e da Consciência Negra (20 de novembro) para a última quarta (20) e quinta (21) do mês. Na sexta-feira (22), foi declarado ponto facultativo na cidade.

No final de maio, o governo estadual chegou a dizer que estava com o protocolo de lockdown pronto para ser instituído. Trata-se de uma medida mais radical imposta por governos para que haja distanciamento social – uma espécie de bloqueio total em que as pessoas devem, de modo geral, ficar em casa. Este mês o número de mortes por coronavírus no estado de São Paulo subiu para 4.501.

Além da capital, outras cidades da Grande São Paulo também adiantaram recessos para a semana. Já o governo estadual antecipou o feriado de 9 de julho para a segunda-feira (25). Os seis dias de feriado ajudaram a aumentar a adesão ao isolamento social.

Nessa época, o governo comemorava 57% de isolamento, apesar das autoridades de saúde insistirem que o ideal seria um isolamento de 70%. No primeiro dia da quarentena, em 24 de março, a taxa de isolamento no estado foi de 54%, e o índice nunca atingiu os esperados 70% do governo, o máximo foi de 59%, alcançados em cinco domingos.

A ideia era manter o maior número de pessoas dentro de casa, já que não há vacina e nem remédio que evite o novo coronavírus. O isolamento é a única medida eficaz, segundo autoridades de saúde, para frear a curva de contágio da doença.

Junho/reabertura

No final do mês de maio, o governo de São Paulo anunciou que a partir do dia 1º de junho haveria uma flexibilização da quarentena por meio da aplicação do denominado Plano São Paulo, o qual divide o estado em 17 Divisões Regionais de Saúde (DRS), sendo que a Grande São Paulo ainda foi subdividida em 5 microrregiões, e estabelece a abertura econômica progressiva de alguns setores com base nas características de cada uma delas.

O plano prevê cinco etapas de reabertura gradual do comércio. As regiões do estado passaram a ser classificadas em fases por cor, de acordo com cinco critérios de saúde, são eles: ocupação dos leitos de UTI, número de leitos disponíveis para cada 100 mil habitantes, novas internações, novos casos e novas mortes semanais.​

A taxa de isolamento social, que vinha sendo adotada como um dos principais critérios para definição de medidas – com índice mínimo de 55% – deixou de balizar as ações para flexibilização.

Fases da reabertura:

  • Fase 1, vermelha: alerta máximo – funcionamento permitido somente aos serviços essenciais;
  • Fase 2, laranja: controle – possibilidade de aberturas com restrições de atividades imobiliárias, concessionárias, escritórios, comércio e shopping center;
  • Fase 3, amarela: flexibilização – possibilidade de abertura com restrições de bares, restaurantes e similares e salões de beleza, além dos setores permitidos na fase laranja.
  • Fase 4, verde: abertura parcial – possibilidade de abertura com restrições de academias e dos setores permitidos na fase amarela.
  • Fase 5, azul: normal controlado – todos os setores em funcionamento, mas mantendo medidas de distanciamento e higiene.
Plano do governo de São Paulo para flexibilização da quarentena no estado — Foto: Governo de SP/Divulgação

A situação das regiões é atualizada uma vez por semana em coletiva de imprensa. Se tiver piora nos índices, uma região pode regredir de fase em 7 dias, mas o avanço só acontece a cada 14 dias.

No dia 1º de junho a capital paulista iniciou a flexibilização na fase laranja, que permite abertura com restrições de atividades imobiliárias, escritórios, concessionárias, comércio e Shopping Center.

Os escritórios e concessionárias puderam reabriram o atendimento ao público desde que seguissem algumas regras, são elas:

  • Atendimento ao público por até 4 horas por dia;
  • Público limitado a 20% da capacidade total;
  • Horários de abertura e fechamento não podem coincidir com horários de pico (das 7h às 10h ou das 17h às 20h);
  • Obrigatório uso de máscaras para funcionários e clientes;
  • Espaçamento de 1,5 metro entre pessoas, com uso de demarcações e barreiras físicas;
  • Medição de temperatura na entrada;
  • Estímulo ao teletrabalho/home office, principalmente para mães com filhos pequenos;
  • Disponibilizar álcool gel 70%, água, sabão e toalhas descartáveis;
  • Intensificar as medidas de limpeza, com reforço na higienização dos sistemas de ar condicionado;
  • Apoio à testagem de casos suspeitos entre funcionários;
  • Informar e orientar funcionários, parceiros, colaboradores e clientes sobre o cumprimento das principais medidas adotadas;
  • Integrantes de grupos de risco para Covid-19 devem evitar o trabalho presencial.

Os shoppings e o comércio também tiveram que limitar o horário de funcionamento para 4 horas por dia, atender apenas 20% da sua capacidade, orientar filas e demarcar o piso para que os clientes mantenham uma distância de 1,5 metro, entre outras medidas de combate à Covid-19.

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