No trimestre móvel encerrado em outubro, o indicador também ficou no campo positivo e registrou elevação de 2,3% contra o trimestre imediatamente anterior, de maio a julho na série com ajuste sazonal.
Na série de dados originais, foi verificado um avanço de 2,1% na comparação interanual, ante um aumento de 1,4% em setembro na mesma base de comparação. Tal resultado contribuiu para acelerar, mesmo que levemente, o ritmo de crescimento do indicador na análise de longo prazo, medida pela variação acumulada em 12 meses, passando de 3,2% em setembro para 3,3% em outubro.
Já com relação ao acumulado do ano, especificamente, o desempenho do indicador é melhor, mas continua desacelerando. Até o mês de setembro ele apontava um aumento de 4,4% e agora esse crescimento é de 4,1%.
As aberturas do indicador apontaram em direções opostas na comparação mensal, alta de 1,1% no segmento “Financeiro” e queda de 0,4% no “Não Financeiro”. Por outro lado, no trimestre móvel encerrado em outubro o segmento “Financeiro” subiu 2,5% e o “Não Financeiro” 2,2% contra o trimestre findo em julho.
Na comparação interanual as tendências continuam positivas, com alta 2,3% no segmento “Financeiro” e de 1,9% no segmento “Não Financeiro” em outubro. No acumulado do ano, o “Financeiro” registra elevação de 10,3% e o “Não Financeiro” ainda aponta queda, ainda que pequena, de 0,1%.
Por fim, na análise de longo prazo o crescimento do segmento “Financeiro” continua em desaceleração, passando de um aumento de 11,0% em setembro para um avanço de 10,3% na aferição atual. No segmento “Não Financeiro” o indicador novamente conseguiu reduzir seu ritmo de baixa e agora registra variação de -1,5%, ante -2,2% até o mês de setembro.
“A curva de longo prazo do indicador está andando um pouco mais de lado agora. A demanda no segmento ‘Não-Financeiro’ vem se recuperando aos poucos e depois de três anos de queda deverá encerrar 2023 em alta, até porque há uma expectativa um pouco mais positiva para o varejo nos meses de novembro e dezembro em função da Black Friday e Natal. Já o segmento ‘Financeiro’, que também será importante nas datas especiais de final de ano, continua desacelerando, o que já era esperado depois de dois anos de alta mais forte”, diz o economista da Boa Vista, Flávio Calife.
Segue abaixo a tabela contendo o resumo dos dados apresentados.
Metodologia
O indicador de Demanda do Consumidor por Crédito é elaborado a partir da quantidade de consultas de CPF à base de dados da Boa Vista por empresas. As séries têm como ano base a média de 2011 = 100 e passam por ajuste sazonal para avaliação da variação mensal. A partir de janeiro de 2014, houve atualização dos fatores sazonais e reelaboração das séries dessazonalizadas, utilizando o filtro sazonal X-12 ARIMA, disponibilizado pelo US Census Bureau.
Nota: Os dados que constituem a base do indicador de Demanda do Consumidor por Crédito não guardam qualquer relação, comercial ou operacional, com a Boa Vista. O indicador visa antecipar alguns movimentos e tendências referentes ao mercado de crédito como um todo, sem qualquer especificação por empresa, independentemente do setor ou porte.