Dentro do ambiente de trabalho, alguns profissionais podem sentir-se mal ou até mesmo que estão sendo atingidos de maneira tóxica.
Por esse motivo, confira os cinco sinais de que o ambiente de trabalho está sendo tóxico:
1. Microgerenciamento: gestão em que as lideranças exercem controle excessivo sobre os funcionários, o que gera alta pressão e pouca autonomia. Por exemplo, chefes que querem saber o tempo todo o que a equipe está produzindo e tudo que estão fazendo;
2. Cobranças fora do horário de trabalho: receber mensagens no final de semana ou em momentos de descanso com pedidos relacionados a trabalho é um sinal de alerta.3. Falta de ânimo para trabalhar: é necessário que o profissional fique atento ao sentimento de ansiedade antecipada, explica a psiquiatra e cofundadora da Caliandra Saúde Mental, empresa especializada em saúde mental corporativa Camila Magalhães.
“Isso se manifesta quando a pessoa está prestes a dormir e fica remoendo o que precisa entregar no trabalho, com medo do que enfrentará na semana ou no dia seguinte”, explica.
4. Competição excessiva na equipe: há lideranças que criam um clima competitivo que, a longo prazo, gera uma cultura depreciativa e prejudicial para o dia a dia do trabalho. Por exemplo, pressão causada por demissões em massa, quando a competição entre os funcionários aumenta, assim como o medo de ser o próximo a sair, diz Magalhães.
5. Assédios verbais e sexuais: é importante identificar abusos sutis, disfarçados de brincadeiras ou comandos de controle, explica a diretora da Reconnect Happiness At Work, empresa especializada em liderança positiva, Renata Rivetti.
“Quando a pessoa não consegue expor seu ponto de vista e é ridicularizada. O líder que grita, coloca mulheres em condições diferentes às dos homens”, afirma Magalhães.
Como evitar ou sair desse ambiente?
O profissional deve buscar transparência na comunicação. Assim, é importante procurar formas de resolver isso internamente.
Logo, o profissional deve conversar com colegas ou com seu chefe e expor os pontos de desconforto, trazendo sugestões de como melhorar o ambiente.
Se a situação não for resolvida, procure o Recursos Humanos (RH) ou outros canais de denúncia da empresa.
No entanto, se o profissional não tem espaço para isso ou percebe que a cultura da empresa normaliza o ambiente tóxico, deve buscar formas de se capacitar para novas oportunidades, sugere Rivetti.
Se, por exemplo, o chefe é uma pessoa tóxica, pode ser que não saiba gerir sem promover controle excessivo.
Dessa forma, é interessante propor uma conversa para, juntos, buscarem soluções e criarem um espaço de confiança e mais autonomia, indica Rivetti.
Porém se o líder age intencionalmente com abuso, pontua Rivetti, é possível denunciar o comportamento em algum canal apropriado e, em último caso, buscar novas oportunidades.
Além disso, outra alternativa que também pode ser uma saída é que, se o funcionário gosta do trabalho e da empresa, tente trocar de área na companhia.
Quando os colegas de trabalho são tóxicos, usando do deboche e de brincadeiras de mau gosto, o profissional pode tomar uma dessas atitudes:
- Tentar comunicar o incômodo aos colegas e ser honesto. Se isso continuar, busque canais de denúncia ou reporte ao líder;
- Sugerir rodas de conversa entre as equipes para mostrar novos caminhos e melhorar o ambiente, sugere Rivetti
Consequências de um ambiente de trabalho tóxico
“Acaba com a motivação e engajamento dos funcionários, tornando-os mais infelizes com seus trabalhos. Além disso, afeta também a saúde mental, com altos índices de pessoas sofrendo de depressão, ansiedade e burnout”, explica Rivetti.
A especialista ainda acrescenta que todos esses problemas têm um impacto nas relações sociais do profissional e na sua capacidade como colaborador. Resultando, no final, em uma diminuição da produtividade.
“As empresas têm se preocupado em tratar os sintomas, por exemplo, oferecendo benefícios de bem-estar quando os funcionários estão ansiosos. No entanto, não adianta tratar apenas os sintomas se não se abordar a raiz da causa.”
Com informações da Folha de S. Paulo