A manhã da segunda-feira, dia 19 de julho, certamente entrará para a história de Jales. Foi inaugurado o Museu Histórico de Jales “Armando Pereira da Silva”, anexo ao Espaço Cultural Dr. José Carlos Guisso, no Centro de Jales. Participaram da solenidade o prefeito Luis Henrique Moreira e a primeira-dama Alziane Rossafa Moreira, a vice-prefeita Marynilda Cavenaghi, o secretário municipal de Esportes, Cultura e Juventude, Wilter Guerzoni, o artista Rui Rodrigues, os vereadores Bismark Kuwakino e João Zanetoni, autoridades e familiares do homenageado com o nome do museu, representados pela filha Aparecida Cristina.
O espaço cultural, inaugurado em dezembro de 2002, já chegou a abrigar, informalmente, um Museu Histórico, desativado em março de 2011, para ceder espaço a uma exposição sobre a Segunda Guerra Mundial, em comemoração aos 100 anos da Imigração Japonesa, mas depois disso, nunca mais foi reaberto. Somente agora, dez anos mais tarde, foi criado o Museu Histórico de Jales por meio da Lei nº 5.174, de 07 de julho de 2021, que recebeu o nome Armando Pereira da Silva através do Decreto Municipal nº 8.598.
De acordo com o secretário Wilter Guerzoni, mais de quatrocentas peças foram catalogadas nos últimos seis meses pelos servidores Renato Bigotto e Marta Regina Robiati. Paralelamente a esse trabalho foi feita a limpeza, higienização e restauração de peças, pintura das vitrines que acomodam o acervo, manutenção do prédio, paisagismo, entre outras medidas que se fizerem necessárias. “O museu estava sob cuidados do descaso, mas conseguimos reestruturar graças à iniciativa do prefeito Luis Henrique, da vice Marynilda, de servidores da Prefeitura e de pessoas que vestiram a camisa. Com isso estamos fortalecendo a democratização cultural, oferecendo cultura e arte para a população”.
O presidente da Câmara Municipal, vereador Bismark, disse que visitar o Museu Histórico de Jales “nos faz voltar ao passado, resgatar nossa história e nos possibilita mostrar para as pessoas, através da arte, como Jales foi construída e como se tornou o que é hoje. Isso nos emociona muito”.
Na sequência, o professor Rui Rodrigues, importante artista nas áreas da música, poesia, cartunismo, pintura e desenho, que teve o prazer de conviver com o homenageado, falou sobre a vida e trajetória de Armando Pereira da Silva e prestou homenagens interpretando a música “Funeral de um Lavrador”, de Chico Buarque, que remete à obra literária “Morte e Vida Severina”, escrita por João Cabral de Melo Neto, e que, segundo Rui, tem muita relação com a vinda dos pais de Armando, da Bahia para Minas Gerais e, posteriormente para o estado de São Paulo, sempre caminhando a pé, sofrendo com a fome, sede, sol e chuva.
“Agradeço a oportunidade de poder falar para todos vocês sobre o Armando e sobre a cultura jalesense. Uma pessoa extraordinária que fez grandes coisas por Jales e que hoje está retratado no nosso museu. Armando foi um grande artista, e sem ter cursado um curso de arte, fez tudo isso que vocês estão vendo hoje e muito mais. Ele tinha o dom de retratar tudo o que via nas ruas, na natureza, nas pessoas, nos espaços arquitetônicos e transformar em arte. A arte de Armando confunde-se com a natureza, harmoniza-se com ela, arte que a todos agrada, artista de ontem, de hoje e de amanhã”.
Aparecida Cristina, filha do homenageado Armando Pereira da Silva, disse que “é uma satisfação e alegria estar aqui, neste local, que remete tanto à presença de meu pai. Agradeço ao prefeito Luis, a Marynilda, ao Wilter e a todos os envolvidos nesta homenagem. Não esperava por tanto. Se meu pai estivesse aqui ele estaria muito feliz. Quando era criança suas obras eram feitas em papel de padaria e sempre sonhava em ser lembrado e reconhecido. Hoje ele está sendo. Esse momento é único, obrigada a todos, de coração”. Ressaltou antes de receber uma cópia do Decreto Municipal que denominou o museu.
O prefeito Luis Henrique Moreira falou sobre a importância de resgatar e preservar a memória de Jales e de quem fez parte da história da cidade por meio da abertura do Museu, um dos cartões postais de Jales que hoje é Município de Interesse Turístico. “Prometemos que iríamos reabrir o Museu Histórico e hoje, depois de mais de dez anos, em menos de seis meses de nossa administração, estamos cumprindo. Em outubro do ano passado, estávamos andando pelas ruas da cidade e uma garotinha de apenas 10 anos, nos pediu para reabrir o museu. Hoje a pequena Valentina está aqui, feliz da vida, visitando as instalações e podendo conhecer parte da história da nossa cidade. É isso que queremos, proporcionar esse sentimento a todos os cidadãos de Jales e aos nossos visitantes. Quero agradecer ao secretário Wilter e a toda sua equipe por esse trabalho, árduo, porém recompensador e a todos que abraçaram a causa. Aproveito para agradecer publicamente o trabalho desenvolvido por todos os secretários municipais que, mesmo em tempos difíceis, com o enfrentamento da pandemia, têm feito do limão uma limonada”, finalizou.
O Museu Histórico de Jales funciona de segunda-feira a sexta-feira, das 8h às 11h30 e das 13h às 16h30.