O preparo de refeições em casa se mostrou uma tendência durante a quarentena imposta pela pandemia do novo coronavírus. A prática já havia sido sinalizada na primeira quinzena de abril, no primeiro estudo sobre como a Covid-19 impacta os consumidores e os negócios de alimentação desenvolvido pela consultoria de food service Galunion, com a Qualibest, mas se provou ainda mais forte na segunda onda do estudo: agora, 97% dos respondentes responderam que passaram a cozinhar em casa ou aumentaram a frequência.
No entanto, 44% dizem que comprariam mais refeições por delivery se parte do valor fosse direcionado para ajudar pessoas carentes afetadas pela pandemia. A segunda maior motivação (34%) seria ganhar um desconto para consumir futuramente no estabelecimento.
O delivery ganhou uma grande importância na receita dos restaurantes e também nos hábitos dos consumidores, uma vez que 21% dos respondentes pretendem manter o hábito de pedir comida após o fim do isolamento social.
Foram entrevistadas 1100 pessoas entre 5 e 7 de maio e foi possível identificar que o fator “preço justo” (19%) ganhou importância com o passar da quarentena, à medida que 40% dos respondentes afirmam ter tido a renda reduzida. A diferença para a pesquisa anterior é de +10%. Mesmo com a vantagem reduzida, Higiene e Limpeza (36%) continua no topo das preocupações ao escolher um restaurante.
Os aplicativos de delivery são considerados muito seguros por 40% dos respondentes, seguido por WhatsApp ou mensagem de texto direta para o restaurante (37%) e cardápio baixado via QRCode (33%).
O maior ponto de atenção é com as embalagens escolhidas pelos restaurantes: 51% disseram que já deixaram de comprar no restaurante por problemas nas embalagens. Falta de lacre, comida desarrumada ou vazando são alguns dos problemas citados.
Dos que estão satisfeitos com o delivery atual, 72% concordam que os recipientes utilizados pelos estabelecimentos são adequados para manter a temperatura e textura dos alimentos. Tanto que 45% concordam que os produtos sempre chegam em uma temperatura aceitável.
Ao receber o pedido, 42% dizem sempre transferir os alimentos para pratos antes de consumir. O consumo esporádico na própria embalagem é adotado por 51% dos consumidores. O recipiente também é utilizado com frequência para armazenar as sobras por 17% dos respondentes.
As dicas da consultoria é que o empreendedor invista em embalagens lacradas, higiênicas e que mantenham a temperatura da comida; oriente sobre o processo de transporte e entrega; aposte em instruções para reaquecimento do alimento e formas de utilização da embalagem; e insira informações de contato direto com o restaurante.
O que o consumidor espera do pós-crise
Em geral, os respondentes sentem falta da socialização, que foi privada pelo distaciamento social, e os restaurantes passam por várias etapas desse processo. Programas em família para refeições fora de casa (74%), celebrar datas importantes em bares e restaurantes (68%) e comer o prato favorito nos locais que costuma frequentar (68%) são algumas das atividades que os consumidores indicaram sentir mais falta.
Com isso, 79% pretendem voltar a comer fora quando tudo isso passar, sendo que 49% pretendem fazer a refeição no local. Ainda, 76% dizem que vão comer a comida favorita no restaurante habitual (No Sul do país, esse número chega a 90%).
No entanto, há um obstáculo importante apontado pela pesquisa: 69% não acreditam que as outras pessoas possam agir com responsabilidade quando voltarem a frequentar esses estabelecimentos.
Sobre possibilidades de medidas de proteção, 82% consideram interessante espaçamento de dois metros entre cadeiras em praças de alimentação e restaurantes e 57% gostam da ideia de divisórias transparentes entre as pessoas. No entanto, ser atendido por robôs, ao invés de seres humanos é rejeitado por 44% dos entrevistados.
Confira a íntegra do estudo aqui