Jalesense faz filme sobre suicídio com atores da Escola Livre de Teatro

O suicídio, um assunto até pouco tempo tabu, mas que vem merecendo cada vez mais destaque, inclusive com campanhas educativas e preventivas, é o tema de um curta-metragem filmado em Jales, dirigido pela jalesense Lilá Izabela, de 21 anos, recém-formada pela Academia Internacional de Cinema, em São Paulo. Filha de Edson Edgard Batista e Ana Cristina Furlan, Lilá sempre morou em Jales, até ir para a faculdade, quando seus pais se mudarem para São José do Rio Preto. Aqui ela fez o primário no Anglo e o secundário no COC.Lilá disse que o filme estava programado para ser seu TCC (Trabalho de Conclusão de Curso), mas como tinha pouco tempo e já vinha preparando o roteiro durante o último ano do curso, resolveu trabalhar melhor o tema e produzir agora, de forma mais elaborada.O FILMEO filme, que deverá ter entre 20 e 25 minutos de duração, conta a história de Clara, cuja irmã mais velha cometeu suicídio e ela busca entender o que isso representa, como aconteceu e porque. As cenas, todas filmadas em Jales, foram tomadas do dia 21 a 27 de janeiro, com locações em vários pontos da cidade.Para a realização do filme Lilá buscou uma parceria com a Escoa Livre de Teatro, onde estudou durante vários anos, o que possibilitou a formação do elenco com mais de 25 pessoas envolvidas. O grupo de atores é formado por Letícia Lopes Perpétuo (protagonista), Renuza Gonçalves, como sua irmã que se suicida, e Manoel de Matos, como pai das duas, além de Kátia Constantino, Clayton Campos, Guilherme Badilho e cerca de 20 figurantes. A equipe técnica, formada por colegas de faculdade, teve a participação de 12 pessoas, além de um grupo de apoio.EXIBIÇÃOApesar de ser seu primeiro curta, Lilá acredita que o filme terá boa aceitação e nível técnico para participar de festivais nacionais e internacionais, além de apresentações em cinemas, escolas e outros espaços públicos, sendo que a estreia deverá acontecer em Jales.  Lilá já começa a pensar em alguma produção para o futuro, mas por enquanto são apenas planos, com projetos ainda não definidos, mas que ela pretende executar no tempo certo.TEATRO E CINEMAO autor, diretor e ator de teatro Manoel Matos conta que atuar no cinema, como pai da protagonista foi uma experiência muito gratificante, apesar das diferenças entre os dois. No teatro, como afirmou, o ator ensaia para ter sua participação pronta, ao vivo, sem cortes, enquanto no cinema há uma tomada para cada cena, em locais diferentes, que é repetida até dar certo, o que dá bastante trabalho e exige muito mais produção. O tema do filme, segundo Manoel, é muito importante para ser levado para as pessoas refletirem. Letícia Lopes afirma que participar do filme foi um desafio, não só pelas diferenças em relação ao teatro, mas por abordar um tema como esse que ela acha muito importante ser debatido principalmente entre os jovens. Apesar de ser muito cansativo, com filmagens durante todo o dia, por uma semana, fazer cinema, segundo ela, foi uma grande experiência. Renuza Gonçalves faz parte do Núcleo de Produção e Difusão de Arte da Escola Livre de Teatro. Ela explica que no teatro o ator olha para as pessoas, o que não acontece no cinema onde é preciso olhar para a câmera, procurando sentir o que cada cena ou o roteiro propõem. Ela também considera o tema importante, vivido por uma família do interior, com adolescentes em crise, o que é comum para muitos jovens. O filme, segundo ela, traz um olhar mais profundo sobre o tema.

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