Organizar as finanças pessoais e manter as contas em dia já é um grande desafio para muitas pessoas. Por isso, muitas vezes, ter uma reserva de emergência acaba não entrando nos planos.
Na verdade, 67% dos brasileiros não conseguem guardar nenhuma parte dos seus rendImentos, segundo uma pesquisa divulgada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) realizada em setembro de 2019.
Um levantamento mais recente, realizado em janeiro de 2020, mostra que, pelo segundo ano consecutivo, guardar dinheiro é a principal meta financeira do brasileiro para este ano – 49% dos entrevistados.
Talvez a pandemia da Covid-19 tenha atrapalhado ou mesmo mudado um pouco as suas prioridades e objetivos quando o assunto é dinheiro. Porém, é importante saber que ter uma reserva de emergência pode te ajudar a lidar com imprevistos (com saúde e conserto, por exemplo) e te proporcionar mais tranquilidade no futuro.
Veja mais sobre reserva de emergência e saiba como criar a sua.
Reserva de emergência: o que é
A reserva de emergência é aquele dinheiro que você tem e faz com que você se sinta mais seguro caso alguma coisa aconteça. Você não sabe exatamente quando vai usar, então, ele precisa estar guardado e com acesso imediato, para arcar com algum imprevisto. Fazer um empréstimo é uma das principais causas de dívida, segundo pesquisa da CNDL – por isso, ter um dinheiro para imprevistos é uma forma de preservar suas economias.
A maioria dos analistas financeiros recomenda que ela seja equivalente a seis salários. Porém, se não conseguir guardar essa quantia, não desanime. O importante é começar a criar uma rede de segurança.
Vale lembrar que ter uma reserva de emergência é um pouco diferente de guardar dinheiro para realizar um sonho (como o da casa própria ou uma viagem). A reserva é importante para situações que não foram planejadas.
3 dicas (simples) para começar a sua reserva de emergência
Se você decidiu que é a hora de ter um dinheiro guardado, alguns passos podem tornar essa tarefa mais fácil.
1. Organize e registre suas despesas
Ter um controle financeiro pessoal vai te ajudar a saber quanto pode ser reservado. Você pode fazer uma tabela, usar um caderno ou um aplicativo para registrar todas as despesas, a quantia que entra (salário e renda extra) e que sai (gastos com aluguel, transporte, supermercado, cartão de crédito). É importante visualizar os valores inseridos com clareza para, então, ver o valor que é possível colocar na reserva.
2. Separe um valor mensal
Defina um valor fixo mensal. Ainda que seja uma quantia pequena, é importante estabelecer a rotina de separar esse dinheiro. Se por algum motivo não conseguir reservar o mesmo valor, tudo bem. O ideal é não deixar de separar.
3. Invista seu dinheiro
A reserva de emergência pode ser investida em um algum produto financeiro de baixo risco, como CDBs e títulos públicos, para que fique sempre rendendo – assim, o dinheiro não fica parado. É fundamental que o investimento escolhido seja de Renda Fixa, para não correr riscos ou oscilações.
Onde deixar a reserva de emergência
“Eu quero ter uma reserva, mas não sei qual o melhor lugar para fazer isso.” Talvez essa seja a sua pergunta atualmente. Veja, abaixo, onde é possível criar a sua reserva.
Poupança
A poupança é usada por muitos brasileiros como forma de separar uma quantia todo o mês, por ser um investimento seguro, com risco quase zero e permite realizar saques a qualquer momento.
Porém, ela não é a melhor opção de lugar para deixar o dinheiro reservado. Isso porque o seu rendimento está atrelado à taxa Selic, uma das taxas básicas da economia, e também à Taxa Referencial (TR), calculada diariamente pelo Banco Central.
Conta corrente
Algumas pessoas optam por separar um valor e deixá-lo na conta corrente do seu banco. Mas não é uma alternativa recomendada – afinal, nela, independente de quanto tempo ficar parado, o dinheiro não vai render.
Renda Fixa
A Renda Fixa é um tipo de investimento no qual o investidor (você, no caso) já tem maior clareza de quanto poderá receber ao final.
Ela pode ser:
- Prefixada — ou seja, logo que você decide fazer esse investimento é possível saber exatamente qual será o retorno lá no futuro, no fim da aplicação. Por exemplo: um rendimento de 6% ao ano.
- Pós fixada – quando o rendimento dela é atrelado a algum outro índice da economia. Por exemplo, um rendimento de 100% do CDI (uma taxa comum usada pelos bancos). Nesse caso, o investidor sabe que seu dinheiro vai render conforme algo específico – mas não sabe exatamente quanto porque esse indicador tem suas flutuações.
Importante: lembre-se que é bom manter sua reserva em um local que você possa retirar com facilidade. Um investimento travado a longo prazo, por exemplo, não é a melhor opção para um dinheiro que pode precisar ser usado a qualquer momento.